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GT26 – “Periferalidades” e subalternidades na produção do conhecimento

Resumo: O presente Grupo Temático visa discutir trabalhos que tratem de construções de conhecimento em seus vários sentidos: empírico, teórico, epistemológicos, oriundos de lugares, espaços e práticas supostamente “periféricas” e/ou subalternizadas. A partir dos estudos sociais da ciência e da tecnologia, propomos discutir as direções e interesses de pesquisa que se têm voltado para os possíveis ou impossíveis diálogos nas “periferias” da ciência e da tecnologia, não pela ênfase em seu suposto atraso ou descompasso em relação ao “centro”, mas sim por seu conteúdo original e específico. Propomos neste GT discutir tais questões com ênfase nos seguintes temas: 1) ciências e tecnologias produzidas em contextos tidos como periféricos, na América Latina e Caribe e em outras partes do sul global; 2) desenvolvimento das ciências nacionais concomitantemente à expansão dos colonialismos internos ao Brasil e outros; 3) engajamentos com teoria crítica, feminista e pós-colonial; 4) raízes não-ocidentais da ciência e tecnologia, tendo em vista noções de circulação de conhecimento, por meio de trocas entre Europa e civilizações não-ocidentais como o Islã, China, Índia, África e alhures; 5) relações estreitas entre o desenvolvimento da tecnociência ocidental e a expansão histórica, colonial e ou imperial euro-americana; 6) conflitos entre a autoridade especializada do conhecimento científico e a autoridade de um conhecimento não-especializado, popular ou leigo, que os cientistas classificam como “mera crença”; 6) ‘provincialização’ das teorias e epistemologias dos Estudos CTS hegemônicos a partir de releituras de teorias e autores canônicos tendo em vista experiências periféricas; 7) hierarquias epistêmicas, expressas em termos cognitivos e epistemológicos, mas também em termos de raça, gênero e nacionalidade; 8) finalmente, o estatuto epistêmico da pós-verdade, suas formas de construção, seus agenciamentos e a influência na própria ciência.

Coordenadores: Márcia Regina Barros da Silva (Universidade de Sâo Paulo), Fabrício Monteiro Neves (UNB), Ivan da Costa Marques (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

17/09/2025 – Sessão 01

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 309 (3o andar)

Espaço Cultural Coisas de Negro: lugar sociabilidades, construções de vivências e identidades na periferia Icoaraci- Belém/PA – Talita de Oliveira Mendes (UFPA)

A pesquisa busca pensar o Espaço Cultural Coisas de Negro conhecido como “o templo do carimbó” que está localizado dentro da periferia de Icoaraci/Belém-PA como espaço vivo e importante. E resiste com mais de vinte anos de funcionamento na busca de salvaguardar as manifestações culturais popular e do carimbó. Desta maneira, desejo explanar no decorrer da pesquisa a importância do Espaço Cultural Coisas de Negro como lugar de resgate de uma história que se constrói identidades, assim como também é o ponto de partida que possibilita pensar na periferia de Icoaraci como passo de resistência que tem em suas bases na cultura popular afro amazônica, percebendo o espaço como um coletivo dotado de autonomia em sua organização que apresenta características culturais específicas em seus saberes, práticas e referenciais ancestrais comuns. E isto é perceptível no local em muitas maneiras, principalmente nas canções das letras nas rodas de carimbó, na percepção visual do espaço, nos instrumentos utilizados e produzidos no local e afins.


Construções de conhecimento e negritude na América Latina – Mayara Feitosa Teodoro (UFPA)

Neste trabalho, elaborado durante a disciplina Teoria Antropológica III do PPGSA, no qual, busco discutir as produções intelectuais de mulheres latino-americanas e de intelectuais negros que refletem sobre a negritude a partir de contextos periféricos. Alinhado às diretrizes do Grupo Temático, o trabalho enfatiza a relevância de conhecimentos frequentemente marginalizados e aborda como tais saberes desafiam as hierarquias epistêmicas, bem como, contribuem para uma compreensão mais ampla da ciência e da tecnologia. A pesquisa se fundamenta em referências críticas, como “Discurso sobre o Colonialismo” de Aimé Césaire, que serve como ponto de partida para uma análise feminista latino-americana descolonial, conforme discutido em Vagoya e Facundo (2021). Outras vozes, como a de Myriam Moïse, que propõe uma nova genealogia da négritude, e Lélia Gonzalez, que defende um feminismo afrolatinoamericano e a categoria político-cultural da Amefricanidade, são integradas ao debate. Essas obras nos mostram como as experiências de mulheres negras na América Latina informam suas teorias, e oferecem visões originais que dialogam com as tradições críticas da teoria feminista e pós-colonial. Com isso, o artigo reconhece as experiências e saberes latino-americanos e afro-americanos como essenciais para a construção de um conhecimento verdadeiramente plural. É uma contribuição para a construção de uma epistemologia que respeite as especificidades locais e as lutas por equidade no acesso ao saber.


Descolonização do saber: O enredo da Grande Rio (2025) como ferramenta de fortalecimento e aprendizagem sociológica dos saberes afro-indígenas presentes na Amazônia Paraense – Nathalia do Socorro Ferreira Marques (UFPA), Vergas Vitória Andrade da Silva (UFPA), Evelyn Caroline Cunha de Souza (UFPA)

O respectivo trabalho busca explorar, analisar e expor como o enredo apresentado pela escola de samba acadêmicos do Grande Rio em 2025 se revelou uma ferramenta positiva na propagação dos saberes amazônicos, em dimensões regional, nacional e internacional, tendo como enfoque principal a história das três Princesas Turcas: Herondina, Mariana e Jarina. Ademais, a pesquisa busca discorrer sobre a gênese das práticas de subalternização dos povos indígenas e negros na sociedade brasileira, o papel das escolas de samba no resgate identitário e na luta contra o racismo epistemológico (Grosfoguel, 2007) no Brasil e na própria região metropolitana de Belém – Pará, onde tais práticas atingem e deslegitimam saberes tradicionais da religiosidade afro-indígena presente no território amazônico, envolvendo elementos e crenças, especificamente no Pará. Abordaremos os elementos apresentados e o potencial pedagógico do desfile, destacando a música, sonoridade, vestimentas, acessórios e alegorias como ferramentas de aprendizagem sócio-amazônica. Desse modo, o estudo aponta a necessidade de assumir o papel da interculturalidade como perspectiva atual de valorização das múltiplas formas de saber, possibilitando o reconhecimento de outros sistemas culturais, para além de toda a hierarquização, em um contexto de complementaridade capaz de construir um diálogo que abranja o eixo amazônico do país.


Vencendo a periferização tecnológica e a colonialidade: possibilidades futuras – João Sérgio dos Santos Assis (UFRJ)

Na metade da década de 1980, o Brasil passou por um momento especial em sua história. Em face da descoberta de petróleo numa região inacessível para a tecnologia da época, criou-se o dilema de continuar sendo um importador de petróleo ou enfrentar o desafio de desenvolver tecnologia em um país periférico. No meu trabalho realizado entre 2016 e 2020 demonstrei que o país teve outras oportunidades de se industrializar quando, por algum motivo, a relação de dependência entre a periferia e o centro foi dificultada. Quando essas dificuldades acabam e a relação se reestabelece, pouco a pouco centro e periferia vão voltando a seus papéis de fornecedor de produtos industrializados (centro) e matérias primas (periferia). Após esse último momento de desenvolvimento periférico, porém, diversas mudanças vêm ocorrendo que podem levar a uma quebra definitiva desse ciclo. O constante crescimento econômico da China, o crescimento do bloco dos BRICS (que tem o Brasil como um dos membros fundadores), a criação de mecanismos multilaterais independentes dos chamados países desenvolvidos, o enfraquecimento do dólar como moeda de comércio internacional, entre outros acontecimentos, estão criando as condições para que o Brasil possa entrar num novo ciclo de desenvolvimento. Pretendo neste texto atualizar as considerações finais de meus trabalhos anteriores em função das grandes mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos.


18/09/2025 – Sessão 02

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 309 (3o andar)

ALUMNOS FRACOS… Paul Le Cointe, ciência desembarcada e as assimetrias na periferia da modernidade. – Jorge Ricardo Coutinho Machado (UFPA)

Nos anos 1920 foi criada uma escola de química industrial em Belém do Pará, por uma associação entre comerciantes locais, ações do governo federal, natureza amazônica, estudantes paraenses e o francês Paul Le Cointe, cientista interessado em estudar os produtos naturais da região. Os parâmetros que conduziam o agenciamento desses atores em torno da Escola de Chimica Industrial estavam relacionados ao “desembarque” da química na região pelos cientistas da escola, capitaneados por Le Cointe, tido então como promessa de retorno de lucros para os comerciantes, “modernização” da indústria de Belém e educação dos locais, na perspectiva de retirá-los da “ignorância”, transformar o silvícola em agricultor e ministrar “conhecimento exacto” capaz de racionalizar as práticas de aproveitamento dos recursos naturais locais, as “plantas úteis”. Nota-se no discurso de Le Cointe e de seus aliados a perspectiva eurocêntrica em relação à forma como aquele “conhecimento superior” e civilizatório seria recebido pelos locais, alunos (segundo ele) sem a mais elementar formação que os capacitasse a cursar a escola, “alumnos fracos”. Tem-se, assim, o conhecimento e as práticas locais subalternizados diante da ciência e da racionalidade em desembarque na região, única forma, no entender dos que conduziam o processo, de se abordar a periferia da modernidade com vistas à realização de “ações civilizatórias”.


Como circulam as ideias? Mapeamento Comparado da Produção Científica em Higher Education Studies – Layla Jorge Teixeira Cesar (UNB)

O objetivo dessa pesquisa é analisar o campo de produção de conhecimento sobre o Ensino Superior, ou “Higher Education Studies”, em um estudo comparativo entre países centrais (Reino Unido e Estados Unidos) e países tidos como periféricos (Brasil, México, Argentina e Chile). A partir de dados bibliométricos extraídos da plataforma Web of Science, incluindo a coleção Scielo, foram analisadas as referências bibliográficas de até 5.000 artigos mais relevantes de cada país, indexados a essa área temática, a fim de identificar os intelectuais mais referenciados em cada amostra. Comparamos os resultados a partir das seguintes categorias: autonomia do campo (razão entre intelectuais nacionais/estrangeiros); gênero (razão entre mulheres/homens nas autorias e nas referências); e temáticas abordadas (palavras-chave mais utilizadas). Analisamos também a formação de clusters em co-citação para identificar grupos formados por afinidade no interior dos campos.
Antecipando os resultados gerais, podemos destacar que o Brasil tem um nível de autonomia maior que seus vizinhos latino-americanos. É o único país da região entre os observados que referencia mais autores nacionais que internacionais. Essa razão entre autores nacionais/estrangeiros, contudo, ainda se apresenta em menor grau que nos países centrais, apontando para uma condição de semiperiferia. Além disso, se observa uma disparidade de gênero transversal, presente em todos os países examinados: há uma maioria de autoras dos artigos, referenciando uma maioria de homens, o que reflete um desequilíbrio no campo.


Ciência aberta e plataformização acadêmica: tensões e desafios – Tatiane Pacanaro Trinca (CAPES), Sarita Albagli (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia)

Observa-se, nos últimos anos, o crescimento de recomendações e políticas governamentais voltadas à promoção da ciência aberta. Composta por múltiplas agendas, a ciência aberta configura-se como um movimento de abertura de conteúdos, ferramentas e processos científicos, que incentiva práticas colaborativas, o compartilhamento de dados, protocolos e publicações. De modo geral, contrapõe-se tanto à cultura do sigilo — associada à crise de reprodutibilidade — quanto à comercialização e ao fechamento do conhecimento científico promovidos por grandes editoras. Paradoxalmente, o avanço da ciência aberta tem sido acompanhado, em paralelo, pela reconfiguração dos modelos de negócios dessas corporações editoriais, que passaram a se reposicionar como plataformas fornecedoras de informações e análise de dados, apresentando-se também como “apoiadoras” da ciência aberta. Diante desses novos arranjos, este trabalho investiga os efeitos da plataformização das infraestruturas acadêmicas, bem como os desafios que impõe à realização dos objetivos transformadores da abertura da pesquisa. Com base nos Estudos de Plataforma, argumenta-se que tais corporações reformularam seus modelos de negócio a partir do processo de digitalização dos conteúdos científicos e da ascensão dos dados como ativos estratégicos do capitalismo contemporâneo. Como resultados, conclui-se que, ao operarem como plataformas, esses conglomerados ampliaram seu poder, sequestrando os sentidos da ciência aberta sob lógicas comerciais, o que vem aprofundando as assimetrias do sistema científico.


Condicionantes da Circulação Acadêmica: Cientistas Sociais Brasileiros em Formação no Exterior (1964–1985) – Matheus Almeida Pereira Ribeiro (UNB)

A institucionalização das ciências sociais no Brasil, assim como em outras nações do Sul Global, é atravessada diretamente por assimetrias de poder no campo do conhecimento. Este artigo analisa como a geopolítica do conhecimento influenciou a realização de cursos de pós-graduação no exterior por sociólogos brasileiros durante a ditadura militar. Utilizam-se dados de 627 cientistas sociais do Brasil, coletados na plataforma Lattes, analisando o país onde os cursos foram realizados, as fontes de financiamento e os temas de pesquisa. Entre 1964 e 1975, as agências de financiamento norte-americanas — especialmente a Fundação Ford — foram proeminentes, fortalecendo os laços acadêmicos com os Estados Unidos. De 1975 a 1985, houve uma redução na dependência do financiamento externo, mas os padrões de concentração de destinos no eixo Euro-Americano persistiram. A análise temática das dissertações e teses sugere, ainda que de forma indiciária, a influência do ideário evolucionista e eurocêntrico das teorias da modernização sobre as ciências sociais brasileiras. Esse estudo destaca a importância de examinar a história das ciências sociais no Brasil sob a perspectiva da geopolítica do conhecimento.


19/09/202 – Sessão 03

  • Horário: 13:30 – 15:30
  • Local: Mirante do Rio – sala 309 (3o andar)

A construção social da população negra e sua relação com a tecnologia: a partir da análise ontológica – Lucas César Rodrigues da Silva (UNICAMP)

A tecnologia acompanha a humanidade desde o início da sua existência no continente africano, o uso da pedra lascada foi um dos referenciais para os arqueólogos determinem o surgimento dos Homo sapiens. Através do uso da tecnologia o ser humano desenvolveu diversos artefatos para auxiliá-lo, Mumford (1934) traz um catálogo com os principais gêneros tecnológicos desenvolvidos pelos humanos: roupas, utensílios, estruturas, aparatos, utilidades, ferramentas, máquinas e máquinas cibernéticas. São diversas as correntes de pensamento ao longo da história que definem o que é uma tecnologia, a mais comum na ciência e no senso comum é atrelar a tecnologia como aplicação da ciência, dentre as correntes de pensamento que definem a tecnologia podemos apontar o quadrante de Feenberg (2003) que mostra quatro correntes de pensamento entre elas: O determinismo, o instrumentalismo, o substantivismo e a teoria crítica. Existem poucos estudos sobre a relação entre racismo e tecnologia (HERZIG, 2004; BENJAMIN, 2021). Por mais que os estudos sociais da tecnologia compreenda que a tecnologia tem valores humanos (racismo, patriarcado, classismo e homofobia e transfobia), ela permanece com a estrutura de pensamento do norte global e não se orienta pelas subjetividades das desigualdades. Benjamin (2021) aponta a necessidade entre realizar a interconexão entre os estudos sociais da tecnologia e a teoria crítica racial. Nossa análise buscará construir um panorama teórico-conceitual a partir das categorias ontológicas: desontologização e reontologização.


Subalternidade e invisibilidade na computação no Brasil – Priscila Salomão de Jesus (UTFPR)

Por ser uma área majoritariamente masculina, a Ciência da Computação padece pela falta de pluralidade. Isto acarreta um viés no processo de desenvolvimento de tecnologias digitais, já que o pensamento hegemônico da cultura da computação fica restrito ao projeto, implementação e distribuição de processos e artefatos tecnológicos que atendam às demandas de classes econômicas abastadas, predominantemente brancas e masculinas. Esta pesquisa objetiva mapear, por meio de categorias oriundas dos estudos do feminismo interseccional, o estado da arte das pesquisas sobre raça-etnia, classe, gênero nos cursos de graduação da área da computação no Brasil. Tal mapeamento torna possível a visualização da distribuição de pesquisas que considerem perspectiva interseccional diante da tensão, invisibilização e subalternização que ocorre no contexto da computação brasileira, uma vez que o campo da computação no Brasil confabula com a hegemonia histórica, a qual se caracteriza pela representação do perfil patriarcal, eurocêntrico e androcêntrico. O percurso metodológico foi alinhado a uma revisão sistemática de literatura, conforme o protocolo de Barbara Kitchenham, com as seguintes fases: Definição de Questão de Pesquisa; Palavras-chaves utilizadas; Bases pesquisadas; Critérios de Inclusão; Critérios de Exclusão. A revisão focou na investigação e mapeamento da interseccionalidade (questões de gênero, raça e etnia entre outros) como conceito teórico e como ocorrem na computação.


Insegurança alimentar, criminalidade e stricto sensu: o subalterno quanto objeto de pesquisa versus pesquisador – Rodrigo Solano Reis de Albuquerque (UFPA), Andressa D’Angelis Silva Santos (UFPA)

Este trabalho analisa a produção de conhecimento a partir da experiência subalternizada no campo acadêmico: a trajetória do autor, que sustenta sua sobrevivência através do trabalho informal como ambulante nos ônibus de Belém. O objetivo é refletir sobre como a precariedade material configura uma epistemologia própria, que tensiona os limites entre o “científico” e o “periférico”, desvelando as hierarquias epistêmicas que contribuem para marginalização de saberes e viveres nascidos na luta pela sobrevivência em meio aos estigmas de criminalização do subalterno descrito. Metodologicamente, articula-se uma autoetnografia crítica com discussões sobre colonialidade e decolonialidade, examinando como o academicismo tradicional contribui para invisibilizar e negligenciar formas de produção intelectual gestadas na periferia concreta e simbólica. Os resultados evidenciam alguns pontos: a necessidade como estratégia epistêmica de resistência, onde o freestyle (submodalidade do movimento Hip-Hop), nos ônibus se torna tanto meio de subsistência quanto forma de conhecimento não-institucionalizado; a corporalidade periférica e pobre como território de produção teórica, que desafia a neutralidade do pesquisador “colonializado”; e a universidade como espaço que reproduz colonialismos internos ao naturalizar a ausência de políticas para subalternos. Conclui-se que a universidade, ao não enfrentar essas questões, perpetua uma divisão colonial do trabalho intelectual onde o saber subalterno só é admitido como dado, nunca como teoria.


Influência de variáveis sociodemográficas na motivação pela escolha de cursos superiores na UTFPR – Londrina – Daniel Guerrini (UTFPR), Ana Elisa Yusiasu dos Santos (UTFPR)

O trabalho aborda as motivações para a escolha dos cursos entre estudantes das diferentes engenharias na UTFPR Londrina. Baseado em uma pergunta do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, analisam-se as motivações elencadas pelos respondentes correlacionando-as às variáveis de sexo, raça/etnia e escolaridade das mães. As motivações foram categorizadas em idealista, de mercado, por status e circunstancial. A coleta foi realizada entre os cursos de engenharia mecânica, de produção, de materiais, química e ambiental. As análises de regressão multinomial mostraram que entre os respondentes apenas a variável sexo apresenta influência estatística significativa. Constata-se que a grande maioria dos respondentes motiva-se por questões relativas ao mercado de trabalho (64,3%). Mas as mulheres apresentam 2,9 vezes mais chance de marcarem a categoria mercado em vez da categoria idealista comparadas aos homens. Homens, se em termos absolutos também marcam mais a categoria mercado, em comparação têm mais chances de marcar a categoria idealista que mulheres. Entende-se que a idealização na motivação pela escolha do curso (por “vocação”) está associada a grupos mais privilegiados que se sentem no lugar ao qual se sentem socialmente pertencentes. Busca-se entender melhor as estratégias que estudantes mobilizam nesta etapa do ensino em que estão construindo suas trajetórias profissionais.

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